O velejador Aleixo Belov está prestes a embarcar em mais uma aventura incrível. No dia 12 de abril, às 11h, Belov partirá do 2° Distrito Naval da Marinha do Brasil, localizado no bairro do Comércio, na Cidade Baixa de Salvador. A cerimônia de embarque, que se iniciará às 10h, contará com a apresentação da Banda da Marinha, destacando a importância do apoio da Marinha na operação da expedição. Por ocasião da Expedição Marítima – Passagem Nordeste 2025, o Navio-Veleiro (NVe) “Cisne Branco”, da Marinha do Brasil, acompanhará o Veleiro Fraternidade até a saída da Boca da Barra.

O “Cisne Branco” exerce funções diplomáticas e de relações públicas, tendo como missão representar o Brasil em eventos náuticos nacionais e internacionais, divulgar a mentalidade marítima e preservar as tradições navais. O navio também atua no complemento à formação marinheira do pessoal da MB, com o embarque de Aspirantes da Escola Naval, alunos do Colégio Naval, das Escolas de Aprendiz de Marinheiro e das Escolas de Formação de Oficiais da Marinha Mercante. Outra função do navio é difundir a mentalidade marítima na sociedade brasileira, ressaltando a importância do mar para o desenvolvimento nacional e o conceito de Amazônia Azul.

Nesta nova jornada, Belov se prepara para enfrentar o desafiador percurso da “Passagem Nordeste”, que conecta o Atlântico ao Pacífico através da Sibéria, no extremo norte da Rússia. Este trajeto, tradicionalmente reservado para grandes embarcações, apresenta obstáculos significativos, como os imensos blocos de gelo que cobrem o mar do Ártico durante a maior parte do ano. “Esse será meu maior desafio”, afirma o velejador, que já completou cinco voltas ao mundo. Com apenas três semanas por ano em que o gelo se dissolve, Belov está ciente da urgência de sua missão. Para garantir uma navegação segura, ele contará com uma equipe russa a bordo, essencial para lidar tanto com a navegação em si quanto com a burocracia da região, que é considerada militarmente restrita. “Vou precisar de ajuda, especialmente com o idioma e as autoridades locais”, ressalta, destacando o apoio do capitão Sergei Shcherbakov, especialista na área.

Aos 82 anos, Belov não apenas enfrenta os desafios climáticos, mas também suas próprias limitações físicas. “Meus joelhos não estão bons, e vou precisar de apoio para lidar com as velas”, admite. Sua tripulação diversificada contará com brasileiros e russos, refletindo a colaboração internacional que caracteriza suas expedições. A expectativa é que Belov chegue à cidade russa de Murmansk até o final de julho, e as licenças necessárias para a travessia são cruciais, com previsão de navegação entre agosto e setembro. Embora a jornada pela Sibéria deva levar cerca de três meses, o navegador está ciente de que imprevistos podem surgir. Com uma trajetória de vida marcada pela paixão pelo mar e pela perseverança, Belov é pai de cinco filhos, avô de três netos e bisavô de um. “Já naveguei por todos os mares, só falta a Sibéria”, conclui, determinado a enfrentar mais esse desafio.

O projeto de criação dos centros expedicionários e turísticos da SGR teve início em 2024, com foco em localidades internacionais promissoras e sociedades geográficas que buscam promover atividades turísticas e expedicionárias, incluindo parcerias para o desenvolvimento de rotas turísticas transfronteiriças e internacionais.

O Centro da SGR no Brasil tem a missão de organizar a participação de cidadãos estrangeiros e compatriotas em projetos científicos, expedicionários e turísticos. Também estão planejados eventos em colaboração com instituições científicas e educacionais brasileiras. Os visitantes poderão apreciar exposições exclusivas, como os trabalhos finalistas do concurso fotográfico “O País Mais Bonito” e mapas raros do Arquivo Científico da SGR, situado em São Petersburgo.

Andrei Petrov, cônsul-geral da Federação Russa no Rio de Janeiro, destacou que a abertura do Centro representa um passo significativo no fortalecimento das relações bilaterais entre Rússia e Brasil, além de contribuir para a cooperação dentro do bloco BRICS. Já Artyom Manukyan, vice-presidente da SGR, ressaltou que a inauguração do primeiro Centro Expedicionário e Turístico fora da Rússia permitirá uma interação de longo prazo e a organização de expedições conjuntas, destacando a importância do centro para iniciativas turísticas e expedicionárias internacionais.

“Meu pai era russo, sou um velho amigo da Rússia e venho desenvolvendo projetos e expedições em parceria com o país. Aqui em Salvador, há dois locais simbólicos — o Museu do Mar e a Fundação Aleixo Belov, no centro da cidade. Agora, é uma grande honra para mim inaugurar o primeiro Centro Expedicionário e Turístico da SGR fora da Rússia, que começa suas atividades com uma viagem de volta ao mundo. Já realizei essas travessias sozinho, mas agora sigo em equipe com pesquisadores russos — é uma experiência especial. Fico feliz em compartilhá-la com meu amigo, experiente velejador e explorador global, representante da SGR em Omsk, Sergey Shcherbakov”, destacou Aleixo Belov, navegador, engenheiro, escritor e fundador da Fundação Aleixo Belov.

Dentre os destaques da programação de inauguração, está o lançamento da grandiosa expedição internacional em veleiro “Irmandade — 2025–2026”, que celebrará importantes datas, como os 180 anos da Sociedade Geográfica Russa e os 200 anos das relações diplomáticas entre Rússia e Brasil. A expedição, com uma tripulação russo-brasileira, partirá do porto de Salvador em 12 de abril de 2025, com duração estimada de um ano.

A inauguração do centro e o início da expedição marcam uma nova fase na cooperação internacional, sublinhando a importância do diálogo entre culturas e a exploração conjunta de locais naturais únicos do nosso planeta.

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